Aumentar Fonte +Diminuir Fonte -Uma das principais características do século XXI é a falta de referências para muitos dos âmbitos que compõem a sociedade e principalmente o desenvolvimento humano. Essa problemática evidencia conceitos que são estudados por cientistas, filósofos, teólogos e, principalmente, sociólogos. Destaco a imagem do Zygmunt Bauman, sociólogo que desenvolveu o conceito de modernidade liquida e que muito explica o sentido que a organização social tem tomado. Tudo é tão líquido, tão passageiro e sem solidez que até a religião e suas práticas, devido os fiéis que estão inseridos nesse contexto, tem caído no “pecado” da religiosidade liquida com referências que mais falam sobre si e menos da verdade cristã. Tentando dialogar com uma sociedade imersa nessa problemática, desenvolver uma reflexão sobre silêncio de Maria será uma maneira de ajudar pessoas a entenderem que a partir dessa ação Mariana é possível entender qual a vontade de Deus para nossas vidas.
Muitos resumem que Maria foi aquela que apenas viveu o silêncio de maneira quieta. Em certo sentido essa afirmação está correta, mas o silêncio de Maria não era passivo e tornava o seu comportamento nessa perspectiva. O silêncio de Maria proporcionava uma paz inquieta. Acredito que, para o sentido que estamos refletindo aqui, fazer silêncio é estar atento e discernir às vozes que gritam interiormente. Por isso que fazer silêncio (como atitude interior) nos proporciona o autoconhecimento e o entendimento da voz de Deus no nosso coração. É aqui que surge o chamado vocacional.
Sem perder o foco da nossa reflexão, o silêncio que Maria fez proporcionou a descoberta e o entendimento sobre vontade de Deus para sua vida. Poeticamente falando, descobrir é remover o que se cobre e entender significa entrar na tenda do outro e ver o mundo através nessa ótica. Maria descobriu e entendeu que o sentido de sua vida era responder e viver à vontade de Deus, que era de salvar a humanidade através do nascimento de Jesus. Porém, toda essa ação é um possível reflexo de um grau elevado de autoconhecimento, mesmo que naquela época isso não era ensaiado pelas pessoas. Maria entendeu a vontade de Deus por estar inserida num espírito contemplativo e de delicadeza. De fato, ela pode ser para nós a maior referência de silenciar e entender o que é preciso fazer para transformar a sua vida e de muitos. Ela é, portanto, o modelo de escuta e entendimento da vontade de Deus em nossa vida.
Encerro essa reflexão trazendo um fragmento do que Padre Zezinho já falou: “Acho que Maria de Nazaré nem precisa de explicação. Maria, no meu ponto de vista é a aspiração máxima de todas as mulheres cristãs. A ternura de Maria e sua determinação em seguir seu sonho de menina moça com José, precisam se voltar num mundo onde a mulher a cada dia perde sua identidade para um mundo que a diminui demais”. Sim, Maria é a referência para o mundo que estamos vivendo.
Fr. Ramon Bertoldo, scj.
“e tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração”
(cl 3, 23)
Aumentar Fonte +
Diminuir Fonte -
Uma das principais características do século XXI é a falta de referências para muitos dos âmbitos que compõem a sociedade e principalmente o desenvolvimento humano. Essa problemática evidencia conceitos que são estudados por cientistas, filósofos, teólogos e, principalmente, sociólogos. Destaco a imagem do Zygmunt Bauman, sociólogo que desenvolveu o conceito de modernidade liquida e que muito explica o sentido que a organização social tem tomado. Tudo é tão líquido, tão passageiro e sem solidez que até a religião e suas práticas, devido os fiéis que estão inseridos nesse contexto, tem caído no “pecado” da religiosidade liquida com referências que mais falam sobre si e menos da verdade cristã. Tentando dialogar com uma sociedade imersa nessa problemática, desenvolver uma reflexão sobre silêncio de Maria será uma maneira de ajudar pessoas a entenderem que a partir dessa ação Mariana é possível entender qual a vontade de Deus para nossas vidas.
Muitos resumem que Maria foi aquela que apenas viveu o silêncio de maneira quieta. Em certo sentido essa afirmação está correta, mas o silêncio de Maria não era passivo e tornava o seu comportamento nessa perspectiva. O silêncio de Maria proporcionava uma paz inquieta. Acredito que, para o sentido que estamos refletindo aqui, fazer silêncio é estar atento e discernir às vozes que gritam interiormente. Por isso que fazer silêncio (como atitude interior) nos proporciona o autoconhecimento e o entendimento da voz de Deus no nosso coração. É aqui que surge o chamado vocacional.
Sem perder o foco da nossa reflexão, o silêncio que Maria fez proporcionou a descoberta e o entendimento sobre vontade de Deus para sua vida. Poeticamente falando, descobrir é remover o que se cobre e entender significa entrar na tenda do outro e ver o mundo através nessa ótica. Maria descobriu e entendeu que o sentido de sua vida era responder e viver à vontade de Deus, que era de salvar a humanidade através do nascimento de Jesus. Porém, toda essa ação é um possível reflexo de um grau elevado de autoconhecimento, mesmo que naquela época isso não era ensaiado pelas pessoas. Maria entendeu a vontade de Deus por estar inserida num espírito contemplativo e de delicadeza. De fato, ela pode ser para nós a maior referência de silenciar e entender o que é preciso fazer para transformar a sua vida e de muitos. Ela é, portanto, o modelo de escuta e entendimento da vontade de Deus em nossa vida.
Encerro essa reflexão trazendo um fragmento do que Padre Zezinho já falou: “Acho que Maria de Nazaré nem precisa de explicação. Maria, no meu ponto de vista é a aspiração máxima de todas as mulheres cristãs. A ternura de Maria e sua determinação em seguir seu sonho de menina moça com José, precisam se voltar num mundo onde a mulher a cada dia perde sua identidade para um mundo que a diminui demais”. Sim, Maria é a referência para o mundo que estamos vivendo.
Fr. Ramon Bertoldo, scj.
“e tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração”
(cl 3, 23)
“e tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração”
(cl 3, 23)
Indique a um amigo