E nós, o que faremos quando acordar?

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“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado.” (Mt 1, 24.) 

E nós, o que faremos quando acordar?

Nesta reflexão poderíamos destacar diversos verbos contidos no Evangelho de Mateus 1,18-25, sobre o Anúncio a José, mas destacamos os verbos sonhar, abandonar, acolher, pensar, conceber e aceitar; e nesta trajetória verbal entender que Jesus Cristo, o Emanuel, o Deus-conosco se fez e se faz presente, na medida em que José, o carpinteiro, faz conforme o anjo o pede. As figuras e personagens centrais desse evangelho é a Sagrada Família, José, Maria e Jesus. O nosso foco volta-se inicialmente para a pessoa de São José, já que o Papa Francisco nos convida neste Ano litúrgico a fazer uma experiência de maior intimidade com esse carpinteiro de Nazaré que tem um “Coração de Pai”, como ele intitula na sua Carta Apostólica. No versículo 18, do evangelho, nos deparamos com a origem de Jesus Cristo, fruto de uma promessa e gerado pela ação do Espírito no ventre de Maria. Mas devido o contexto que eles estavam inseridos, não era aceitável acolher uma jovem grávida antes do casamento. Pensemos e nos coloquemos no lugar de José: que situação difícil para este homem! A sua primeira vontade foi de abandonar Maria.

Em nossa trajetória quantas vezes desejamos ABANDONAR, fugir das dificuldades, desistir, encontrar caminhos mais fáceis. Somos tomados pela insegurança do que está por vir, o medo toma de conta de nós. Precisamos saber nos abandonar nas mãos de Deus, deixá-lo conduzir os nossos sonhos e projetos. Mas o outro verbo importante para nossa vida é PENSAR, antes de tomar qualquer decisão José pensou. E o tempo que paramos, pensando no que devemos fazer em nossa vida, pode mudar toda a direção da nossa história. Diz um ditado popular: que nada melhor do que um dia após o outro. E não foi diferente para José, após ter parado para o repouso, sonhou com o anjo, e nisso foi aconselhado da melhor maneira, partiu um pedido de Deus, por meio do anjo. Quantos sonhos já tivemos nessa vida e qual o sentido que damos a eles? Com o que temos sonhado? O que Deus tem nos pedido? Temos esperado? Os nossos sonhos estão em consonância com a vontade de Deus? É o meu sonho ou o sonho de Deus que tem prevalecido em minha vida? Qual a resposta que temos dado a Deus? 

Maria concebeu e Deus quer CONCEDER a nós, confiar algo maior do que nossas forças, limitações, misérias e pecados. Ele nos concede um presente, uma vocação, um dom, uma vida a ser anunciada, profetizada e testemunhada, assim como foi a de Maria. Precisamos ACOLHER a ação do Espírito Santo em nossas vidas, estarmos atentos aos seus sinais, para só assim, ACEITAR os sonhos de Deus em nossas vidas. Perceber que não é a nossa vontade, o nosso sonho meramente egoísta que precisa ser realizado, mas sim, sacrificado, para que a vontade de Deus seja realizada plenamente. Saímos da hibernação de pensamento, despertemos do nosso comodismo, é preciso sair da estagnação. Façamos realidade o sonho de Deus, deixemos que ele possa nos orientar e conduzir para um caminho seguro. Não fujamos do sonho de Deus para nós. Que nesse tempo Pascal, peçamos a graça de que Deus realize o sonho dele em nossa vida. Vivamos na alegre esperança de que ele tem o melhor para nós. Tenhamos a docilidade e a capacidade de acolher como São José a vontade de Deus em nossas vidas. E quando despertarmos desse sonho, saberemos a resposta da pergunta feita no início desta reflexão: e o que faremos após acordar?

“Um coração para amar, um corpo para sofrer e uma vontade para sacrificar. ” 
Pe. Dehon 

Fr. Douglas Câmara, scj
Província BRE


 
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